Particionamento rítmico da textura

Visão geral da teoria

por Pauxy Gentil-Nunes

Introdução

A música baseada em notas se apresenta como uma superposição de elementos, que podem ser linhas (constituídas por uma única fonte sonora) ou blocos (onde várias fontes sonoras funcionam juntas). O número de elementos, de fontes, e suas relações de colaboração ou contraposição são o principal objeto de estudo da textura. O particionamento rítmico é uma técnica de detecção dessas nuances e pode dizer muito sobre a organização musical.

O particionamento rítmico da textura é uma expansão da proposta de Wallace Berry, em seu capítulo "Textura". Berry propõe que a textura é constituída por componentes sonoros que se combinam, formando componentes reais. Suas relações de independência e interdependência geram configurações texturais que podem ser representadas por números empilhados. Gentil-Nunes aplicou a essa proposta a Teoria das Partições de Inteiros, apresentada por George Andrews, gerando um campo original onde o conjunto de todas as configurações relativas à instrumentação da peça são relacionadas em um único sistema, chamado de Análise Particional ou Teoria Musical das Partições.

Particiograma

O particiograma é um gráfico da Análise Particional que apresenta as partições de uma peça situadas de acordo com seus índices de aglomeração e dispersão. Fornece, assim, uma visão global do campo textural de uma obra. As variações do particiograma fornecidas pelo RP Scripts permitem também visualizar o peso de cada partição, através de sua medida de duração.

Indexograma

O indexograma é um gráfico da Análise Particional que apresenta a progressão dos índices de aglomeração e dispersão no decorrer do tempo. As formas delineadas fornecem uma visão global da dinâmica textural da peça, através dos picos e vales de cada índice. As curvas delimitam áreas chamadas de bolhas, que são unidades de articulação da textura utilizadas para delimitar a forma musical.